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1 de janeiro de 2013

Evangélicos que demonizam novelas


By: Raniere Menezes
Às vezes tenho impressão que certos grupos evangélicos querem demonizar por demonizar a Rede Globo e seus produtos, em especial novelas de sucesso. Não que a Globo seja santa, mas a grande popularidade de sua teledramaturgia e o dinheiro que gira em torno, não são simplesmente resultados de alienação. A novela que fez o Brasil parar é tão artística quanto o cinema e nossos seriados preferidos.
Ora, quem já assistiu todos os filmes de alguns seriados americanos ou não perde nenhuma sequência de uma trilogia, não pode ficar demonizando novelas, pois os mesmos elementos de suspenses, sonoplastia profissional para aumentar a tensão, personagens improváveis, críticas sociais para o bem ou para o mal, segredos e pistas intrigantes, enredos com suspense até o último capítulo estão presentes. Enfim, tramas com inveja, ambição, paixões, senso de justiça e vingança. Além da direção de arte profissional, os produtos bilionários da Globo são oferecidos em horários nobres, havendo recepção do sinal da TV aberta para todo território nacional e transmissão internacional, e também a interatividade da Internet que aumenta a repercussão, seja com comentários, críticas e sátiras. Resultado? Recorde de audiência.
Estereótipos, futilidades, sensualidade, sexualidade, violência, corrupção, mentiras, injustiças e outras impiedades sempre fizeram parte das tramas literárias, teatrais e cinematográficas, desde sempre. O público mais crítico é mais seletivo e assiste o que quer, o público popular é mais levado por modismo. A questão é, deve-se demonizar novelas de sucesso?
A novela cria personagens evangélicos caricaturizados? Também cria de políticos, pessoas ricas, pobres, favelados, grupos étnicos, empregados, viciados, etc. Muitos evangélicos ao invés de apenas criticarem os estereótipos das novelas deveriam mostrar que são diferentes e que fazem a diferença na sociedade. Os evangélicos, de modo geral, não têm anunciado o verdadeiro Evangelho e consequentemente não exercem influência cultural relevante.
A dramaturgia contemporânea é muito mais nociva para igreja com a infiltração e aceitação “natural” de teatros e danças nos cultos do que assistir uma novela
criticada por ser fútil. Mas estas coisas já viraram “vacas sagradas” para muitos ministérios gospel.
Quase 50 milhões de evangélicos no Brasil não têm a influencia social de um autor de novela, e quando usam a TV é para criar uma máquina de arrecadar dinheiro para a construção de pequenos impérios e criar conchavos políticos para benefício próprio. Os evangélicos só perdem terreno para o mundanismo, não porque são minoria, mas porque só recuam e latem como um vira-lata diante de um ladrão ou porque estão cada vez mais mundanizados.
Agora em outubro de 2012 saiu um relatório nos EUA que monitora a diversidade étnica e de gênero na televisão, a Aliança de Gays e Lésbicas Contra a Difamação (Glaad) que diz que há 111 personagens LGBT em papéis regulares ou recorrentes em programas nos canais de televisão dos EUA. Contando os personagens recorrentes, o total sobe para 111 papéis gays, lésbicos, bissexuais ou transexuais em seriados nas cinco principais redes e dezenas de canais a cabo. A TV brasileira anda pelo mesmo caminho de modo crescente. Como os evangélicos devem lidar com esse problema, chamando o canal de TV de “feio e bobo”?
Como R. Albert Mohler Jr disse em seu livro Desejo e Engano: “Como os evangélicos responderão ao desafio do movimento homossexual? E como a igreja evangélica reagirá para com aquelas pessoas que lutam com a homossexualidade? Essas são questões críticas que, uma vez respondidas, indicam a direção mais ampla do movimento evangélico”.

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