Muito é dito sobre o fato de que
para crer não é necessário que se use a racionalidade, pois crer é exatamente
fugir do pensar e agir pelo sentimento. Mas se como cristãos procuramos atingir
a maior quantidade de pessoas com a mensagem do evangelho de Cristo e do amor
de Deus para com os seres humanos, é preciso que façamos um esforço de, na
medida do possível, introduzirmos em recantos inóspitos, antes repudiados por
muitos, a mensagem para que os dali ouçam a coerência do evangelho e da
existência de Deus e passem a considerar a ideia de que exista um Deus que
mandou seu filho para a Terra para passar por aquilo que a bíblia diz que esse
passou.
Paulo mesmo diz em 1 Co 9,20:
“Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns.”
Como poderemos mostrar ser coerente crer em Deus se não ingressarmos no campo
intelectual secular para disseminar a ideia e as plausibilidades lógicas da
existência de Deus? Se nos ocultarmos acontecerá como disse Craig: “Nossas
igrejas, por infelicidade, estão superlotadas de pessoas que, na condição de
cristãs, estão desperdiçando sua mente.”; “Os cristãos não podem aceitar a
condição de serem postos na ‘periferia da existência intelectual.’” Seremos
sempre tratados como anti-intelectuais se não mostrarmos que crer também é usar
a razão, uma vez que não podemos defender a historicidade de Cristo e seus
milagres apenas por fé, é preciso dados que comprovem isso, uma vez que a
bíblia diz que Jesus de fato esteve corporalmente na terra. E esse papel de
defesa é feito pelos apologistas e eruditos do campo teológico e epistêmico.
Pela razão podemos também fazer uso de argumentos para aludirmos a necessidade
de existir um Deus criador, uma vez que para que se exista essa sintonia fina
no mundo se faz necessário que alguém tenha programado para que assim se siga o
curso predisposto a ser seguido pelos planetas.
Enfaticamente Criag diz:
“Dimensione suas crenças pelas evidências, acredite em algo se, e somente se,
há boa evidência para isso.” Para que tenhamos uma firme defesa daquilo que
cremos é necessário que tenhamos a maior quantidade de conhecimento possível
daquilo que nos dispomos a crer. Se sabemos ser o cristianismo verdadeiro é
necessário que apresentemos nossa defesa sobre essa afirmação que fazemos, e
para isso é necessário – mesmo que involuntariamente – apologizar sobre o que cremos.
Toda vez que fazemos uma defesa daquilo que cremos ser verdade estamos,
disponibilizando argumentos que fazem apologia em defesa daquilo que queremos
que os outros enxerguem como verdade. Não há nada de repudiável em usar a razão
para pregar o cristianismo. Se nós cristãos não nos pronunciarmos nessas áreas
seremos massacrados pelas argumentações seculares, e, com certeza, isso irá
fraquejar muitos cristãos débeis.
“A tarefa mais ampla da
apologética cristã é ajudar a criar e manter um ambiente cultural em que o
evangelho possa ser ouvido como uma opção intelectualmente viável para homens e
mulheres pensantes.” Craig
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